terça-feira, 24 de março de 2015

workshop de Teatro do Oprimido na FACEDI - "A Casa da Mãe Joana"




O Teatro do Oprimido é um método lúdico e pedagógico, um instrumento eficaz de comunicação e de busca de alternativas concretas para problemas reais. Cria condições para que o oprimido se aproprie dos meios de produzir teatro, e assim possa ampliar suas possibilidades de expressão e compreensão do mundo que o cerca, visando transformações sociais. Nesta oficina trabalharemos exercícios e jogos para atores e não-atores com o propósito de vivenciar o método do teatro do oprimido para atividades artísticas e educativas. As atividades partem da formação das instrutoras junto aos integrantes do Centro do Teatro do Oprimido no Rio de Janeiro.
O workshop é uma realização da Casa de Teatro Dona Zefinha e nesta edição conta com a parceira da Faculdade de Educação de Itapipoca e com o apoio cultural da SECULT-CE através do Edital de Incentivo as Artes/2014 - Casa de Teatro Dona Zefinha Volante - Programação Cultural Itinerante. Os bairros visitados pelo projeto foram os Picos, São Sebastião e agora o bairro Coqueiro será contemplado. As 20h do mesmo dia 27/03 em comemoração ao dia mundial do teatro, o grupo Teatro de Caretas faz a exibição da peça: "A Casa da Mãe Joana".
Serviços
Data - 27/03
Local - FACEDI
horário - 15h as 17h
instrutores - Grupo Teatro de Caretas
Vagas - 20 pessoas
Gratuito

Informações - (88) 3631 3863

Faça sua inscrição através:
bandazefinha@gmail.com

No ato da inscrição colocar os dados
Nome
Idade
Profissão
Email/contatos



quarta-feira, 11 de março de 2015

O que é Ch@furdo?




Em resposta ao aluno de Artes Cênica do Principios Básico de Teatro Yuri Oliveira, como trabalho da disciplinar da Professora Juliana Veras.

Por Orlângelo Leal
Fotos - Internet


               1.   Como foi que surgiu a ideia deste espetáculo?

A ideia era fazer algo universal que pudesse ser exibido em qualquer país, utilizando as linguagens do palhaço e da musica excêntrica. Paulo Orlando interpreta o personagem principal, também é seu primeiro exercício como “Augusto” do jogo cômico.

               2.   Por que o nome Chafurdo?

Chafurdo é bagunça, caos e também pode ser festa, farra. Uma algazarra! É isso que fazemos com o público!



               3.   A obra usa muito o elemento sonoro, gostaria de saber quais foram as referencias musicais usadas na peça?

                      As músicas são originais e foram compostas para a cena. Fizemos estudos de percussão em geral e gravação ao vivo. O caixapé (instrumento percussivo para os pés) é uma invenção minha e utilizo as danças brasileiras aproveitando as técnicas para execução do instrumento. Também o “Pafinfon”, uma outra invenção nossa, (roupa sonora contendo diversos, apitos, triangulo, pratos). De uma bateria antiga montamos um “quadriton” que pode ser tocado e dançado ao mesmo tempo. A música tradicional brasileira nos instiga bastante.

               4.   E quanto às influencias circenses? O trabalho apresenta diversas referencias que parecem ter origem no circo. Qual foi o processo criativo usado na elaboração do trio de personagens?

A principal referencia vem da dramaturgia dos números, podem ser pensados como móbiles, os mesmo vão ligando numa ordem, sequencia, onde acontecem as relações das personagens: Manipulação de chapéu, execução de instrumentos exóticos, que são bastante comuns no circo popular, inclusão do expectador na cena, interação com o público através do não verbal, etc.
O jogo cômico dos 03 personagens respeita o clássico “Branco e Augusto”, numa luta entre opostos: esperto, burro, forte, fraco, extrovertido, introvertido, relaxado, perfeccionista, animus, anima e tantas outras possibilidade. O terceiro personagem entra com o arquétipo do juiz, que julga os demais, representa a a moral, autoridade, o dominador ideológico. Assim o jogo teatral é estabelecido com o público.

             
               5.   É uma característica da peça o palco aberto? Ela já foi apresentada em outros formatos, ou já sofreu algum tipo de adaptação?

O espetáculo foi concebido para ser apresentado em formatos diversos (palco, arena, rua). Sempre adaptamos quando preciso, o espetáculo está aberto para mudanças geradas pelas circunstancias do local. Gostamos de fazer sempre em situações diferentes e desafiadoras.

               6.   E as cenas; qual é o processo utilizado na concepção das mesmas?

As cenas são 05 números com começo, meio e fim cada uma delas, que podem ser exibidos em qualquer ordem, não existe sequencia pré-definida. Temos um roteiro que seguimos, porém ele não é o definitivo. Em turnê na Argentina em 2014, fizemos de outra forma e ganhamos uma experiência nova, descobrimos outras possibilidades. O que considero eterno esta possibilidade da novidade como estimulo para criação cênica e o desempenho do ator.



               7.   Na obra quase não há texto, o por que disto?

Explorar o não verbal como forma de expressão universal, é um exercício incrível, que desafia o ator num jogo teatral muito sensorial.  
O processo investigativo para a montagem do espetáculo foi a busca do ator autônomo, consciente de seu ofício, que domina o espaço cênico e faz contato com o público em busca de um jogo teatral bem divertido e prazeroso. Com este trabalho o grupo Dona Zefinha retorna aos primeiros espetáculos e exercícios teatrais dos anos noventa quando ainda era chamado de “Trupe Metamorfose”. Em 1997 o grupo montou “Três Faniquitos sem Concerto”, foi o primeiro contato com a estética do clown e música excêntrica. O hibridismo entre a comicidade e musica tem se tornado uma característica peculiar na montagem dos espetáculos do grupo.

8. O espetáculo é uma comedia, acredito, entretanto queria saber dos próprios autores qual é a classificação da peça; e um pouco da visão sobre de vocês o espetáculo, e qual é a mensagem da obra, se há uma?

Não existe uma mensagem no espetáculo elaborada por nós, agora o público pode chegar as suas conclusões do que possa ser uma mensagem visível. O trabalho é livre para todos os públicos, já fizemos para pessoas de perfis diversos e faixas diferenciadas.

               8.   O grupo faz uso também da dança. E quanto a este aspecto, gostaria de saber como se deu a criação dos movimentos usados, e as referencias deles.

Sobre a dança, como é uma comédia, fazemos parodia da dança. Dançei break nos anos noventa quando adolescente, retomei um pouco a cena hip hop como elemento de ligação com o urbano contemporâneo. Os passos são simples e foram colhidos em clubes de dança quando eu tinha 16 anos. Eram passos da moda dos anos oitenta que sobreviveram as tertúlias do interior. Todos sabiam dançar pois os passos chegavam até nós através da televisão e de filmes de VHS. Na cidade de Itapipoca, era comum nos finais de semana os jovens irem aos vesperais para namorar, encontrar amigos e dançar no salão. Eu tinha um grupo de dança e fazíamos exibições de passos e manobras acrobáticas no Clube Social Imperatriz. Ficava “se amostrando” como dizem os mais velhos, para chamar atenção das gatinhas.



               9.   E o figurino. Como foram escolhidos as roupas e adereços de Chafurdo, e se houver, qual é a sua significação na peça?

Foi concebido e executado por Joelia Braga, figurinista do grupo. Para distanciar do universo fantástico do mundo clownesco, fizemos algo com tom naturalista, sem muitos enfeites já que são artistas de rua. Visitamos brechós, compramos algumas peças e restauramos outras que pertencem ao nosso acervo no ateliê de Figurinos na Casa de teatro Dona Zefinha.

             10. É uma criação coletiva, ou individual? Qual foi o insight básico, de onde surgiu a ideia do Chafurdo (A primeira ideia sobre a obra), da qual tudo partiu?

O roteiro e a direção são de Orlângelo. O espetáculo foi elaborado em 04 momentos:
1º - Investigação em Studio com Orlângelo na criação do roteiro, números, investigação sonora e concepção geral sem o elenco; (01 ano)
2º - Encontro com elenco para teste do roteiro, números em Studio; (01 semana)
3º - Experimento com o público, jovens, crianças e adultos; (06 meses)
4º - Análise, edição e recorte, remontagem de cenas e adaptações; (sempre)

             11. Há alguma analogia ou contexto mais profundo inserido no âmbito do espetáculo?

O roteiro foi criado a partir de situações reais vividas pelo trio de atores em turnês, ensaios e temporadas ao longo de mais de vinte anos de convivência, uma espécie de encenação autobiográfica, pois somos irmãos e desde de criança fazemos brincadeiras entre nós este foi o principal mote, as relações entre os personagens.



             12. Quem são os três “Chafurdeiros”? Qual é o roteiro da peça?

Em Ch@furdo, três irmãos se reúnem para realizar uma apresentação musical improvisada com a maioria dos instrumentos feitos de materiais alternativos. Ao longo do espetáculo vão descobrindo, junto do público, diversas formas de composição musical. O irmão mais velho tenta a todo o momento reger e organizar a apresentação, façanha que se torna difícil uma vez que o irmão mais novo sempre se desconcentra atrapalhando os números e deixando o irmão do meio entre a obrigação e a brincadeira. Chafurdo, que significa caos, descontrole, algazarra e festa é o que proporciona os musicômicos Orlângelo Leal, Ângelo Márcio e Paulo Orlando provocando o público com música excêntrica e outras surpresas. Um espetáculo livre para todos os públicos.

             13. E a preparação dos atores, como foi? Qual seria o programa de ensaios e reuniões do grupo?

A preparação do ator neste trabalho, em especial foi uma preparação de vida. Estamos fazendo teatro juntos desde adolescentes. Utilizamos recursos que aprendemos ao longo da carreira, como tocar instrumentos variados e gags de palhaço. Se eu fosse montar este trabalho com outros atores que não fossem meus irmãos o processo seria totalmente bem diferente. Aproveitei algumas das possibilidade da convivência: Temos intimidade cênica, nos conhecemos artisticamente, entendemos as propostas e o tempo de humor necessário para desenvolver uma piada improvisada. Tudo isso facilita o formato como foi concebido, bem peculiar ao trio.

             14. Quanto tempo se levou da criação para a primeira apresentação da obra? E quantas vezes ela foi apresentada?

Foram 02 anos até ficar pronto em 2013. Já fizemos mais de setenta exibições em locais como São Gonçalo do Amarante, Fortaleza, Guaramiranga, Arneiroz, Russas, Jaguaribe, Juazeiro do Norte, Maranguape, Maracanaú, Santa Cruz e Carnaúba dos Dantas no Rio Grande do Norte, Sousa na Paraíba, São Paulo, Rosário e Mar Del Plata na Argentina.



Para saber mais


terça-feira, 3 de março de 2015

Casa de Teatro Dona Zefinha Volante - Programação Cultural Itinerante

Em 2015 a Casa de Teatro Dona Zefinha está com sua Programação Cultural Volante a todo vapor. Os bairros e distritos do município de Itapipoca vão receber  exibição pública de espetáculos teatrais o musicais com o apoio cultural da SECULT através do Edital de Incentivo as Artes/2014. Nos meses de janeiro e fevereiro do ano corrente, foram contemplados os 02 bairros: Picos e São Sebastião. Os grupos "Coisa Nostra" de Recife e a Cia. Latin Duo de Rosário/Argentina, fizeram a festa, abrilhantando o projeto com seus números incríveis. O público presente nas duas exibições, em torno de 2000 pessoas, entre adultos, crianças e jovens, são moradores das redondezas e ficaram maravilhados com as apresentações. Houve quem assuntasse: - E quando voltam os artistas?

Fotos de Joelia Braga